A ORIGEM DO CHURRASCO
A origem do churrasco no
Brasil:Originário do Rio Grande do Sul, o churrasco surgiu, no século
XVII, nas imensidões dos pampas, quando essa parte do Brasil, disputada por
castelhanos e paulistas, era ocupada por milhares de cabeças de gado selvagem,
oriundas de Buenos Aires e de outras áreas da Argentina.
A princípio, o churrasco - como o conhecemos - era raríssimo, pois, naquela época, não havia a preocupação com o comércio da carne bovina, mas sim com a obtenção de couro e de sebo. Para isso, realizavam-se as vacarias - as matanças de gado. Os vaqueiros, depois de correrem, cercarem e matarem os bois, cortavam o pedaço mais fácil de partir e o assavam inteiro num buraco aberto no chão, temperando-o com a própria cinza do braseiro.
No final do século XVII, o churrasco tornou-se uma prática mais difundida, criando-se, assim, novas técnicas para o seu preparo. Surgiram os cortes especiais da carne, como a costela e a paleta. A generalização do hábito de comer churrasco acabou gerando diferentes estilos de consumo.
A princípio, o churrasco - como o conhecemos - era raríssimo, pois, naquela época, não havia a preocupação com o comércio da carne bovina, mas sim com a obtenção de couro e de sebo. Para isso, realizavam-se as vacarias - as matanças de gado. Os vaqueiros, depois de correrem, cercarem e matarem os bois, cortavam o pedaço mais fácil de partir e o assavam inteiro num buraco aberto no chão, temperando-o com a própria cinza do braseiro.
No final do século XVII, o churrasco tornou-se uma prática mais difundida, criando-se, assim, novas técnicas para o seu preparo. Surgiram os cortes especiais da carne, como a costela e a paleta. A generalização do hábito de comer churrasco acabou gerando diferentes estilos de consumo.
A
história do churrasco brasileiro tem sombras longas. Começa necessariamente no
século XVII, no interior dos Sete Povos das Missões, comunidade criada pelos
jesuítas no oeste do Rio Grande (abarcando Paraguai e Argentina) para reunir
indígenas – em especial guaranis – na missão catequisadora. Destruída em 1768, a comunidade deixou
como testemunho, além das ruínas, um belo exemplo de sociedade ideal para os
homens e sua profunda influência na colonização. É que os rebanhos ali criados,
sem dono após a guerra de destruição, ganharam os campos e ali se multiplicaram
ao sabor da natureza. Era riqueza muito vistosa para não ser aproveitada
naquele Brasil – colônia que crescia atrás do ouro. Por isso os preadores passaram a descer de Laguna e São
Paulo para apresá-los. Eram os tropeiros, cuja refeição básica nas breves
paradas de acampamento consistia num pedaço de carne fresca, assada ao calor
das brasas no chão e temperado com um pouco de cinza.
O historiador Dante de Laytano
identifica nessa gente o primeiro ciclo de ocupação do estado. “ O segundo foi
o do invernador, que já era siminômade e se obrigava a parar no caminho para
engordar o gado e proteger-se do inverno”, diz ele. Assim como nos caminhos dos
tropeiros, nos seus também foram brotando cidades. E como os tropeiros,
invernadores e seus peões tinham no gado assado sua dieta principal, agora
salgado. Eles haviam copiado dos índios o costume de colocar mantas de carne sob
o arreamento, no lombo do cavalo, enquanto cavalgavam. No ponto de parada,
devidamente salgado pelo suor do animal, a carne estava pronta para ir ao fogo.
Como se vê,
o churrasco tornou-se fio condutor da história rio grandense e prosseguiu nesse
papel durante o terceiro ciclo da fixação à terra, a chamada “civilização do
estancieiro”. Agora já era uma larguíssima fazenda organizada, na qual a
peonada saía para distantes lides de gado, que duravam semanas, meses e cujo
cardápio era o churrasco, nutritivo e fácil de fazer com carne à mão. Foi nesse
momento que tomou a forma de típico churrasco gaúcho como o conhecemos, com
fogo de chão e espetos de carne fincados na terra ao redor.
A receita
não podia ser mais simples: carne com alguma gordura – em geral costela -,
coberta de sal e levada ao fogo demorado, assando primeiro de um lado e depois
do outro. “Mas o churrasco não é exclusivo do Rio Grande. “ Existiu em toda América do Sul
antes do Descobrimento.”
De fato, os
registros históricos se referem ao coócai, um assado primitivo e ao coócatuca,
carne no espeto, usado pelos índios. A verdade é que no século passado, a
modalidade do fogo de chão estava definitivamente consagrada, a julgar pelo
depoimento do naturalista Saint Hilaire, de 1821. “Logo chegando ao lugar onde
pisei, meu soldado fez uma grande fogueira; cortou a carne em compridos pedaços
da espessura de um dedo, fez ponta em uma vara de cerca de dois pés de
comprimento e enfiou-o a guisa de espeto em um dos pedaços de carne e quando
julgou suficientemente assado, expôs o outro lado. Ao fim de um quarto de hora
esse assado podia ser comido, parecendo uma espécie de beefsteak suculento,
porém de extrema dureza.
Somente em
tempos mais recentes o churrasco gaúcho incorporou outros cortes do gado, como
a picanha ou fraldinha. A novidade veio na esteira de uma série de inovações
introduzidas no prato a partir desse século, pela colonização italiana que se
fixou no norte e na região da serra do estado. Para os italianos, churrasco era
comido apenas em dia de festa, valiam vários cortes e era preparado de véspera,
com os pedaços de molho em vinha d’alhos. Foi dali que nasceu o popularíssimo
“rodízio” ou “espeto corrido”, como dizem os gaúchos, com os acompanhamentos
que um velho gaudério jamais admitiria, além de levar frango e carne de porco.
(A moda do espeto e da grelha acabou entrando até na área de peixes).
Por curiosa
coincidência, os pioneiros bem sucedidos no espeto corrido vieram de Nova
Bréscia, pequena cidade encravada na serra, a 167 km de Porto Alegre. A
cidade exibe na praça principal a estátua de um churrasqueiro com avental
branco, faca e espeto nas mãos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário